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Desenvolvimento Depende de Nós: STP Precisa Reforçar Capacidades Internas para Beneficiar da Cooperação Defendem Especialistas

No âmbito da sétima Quinzena da Cidadania, especialistas nacionais reuniram-se para analisar o papel da cooperação internacional no desenvolvimento de São Tomé e Príncipe.



Apesar das décadas de assistência externa, o consenso foi inequívoco: sem instituições fortes, estratégias claras e maior valorização das competências internas, o país continuará dependente de apoios que, muitas vezes, não se traduzem em progresso real.

Joaquim Rafael Branco Especialista em Cooperação e ex-Primeiro-Ministro

“Há muita competência nacional abandonada por razões políticas ou outras.”


Para Joaquim Rafael Branco, o país continua vulnerável porque depende em excesso da ajuda externa.

“nenhum país se desenvolveu apenas com atos de cooperação”

Rafael Branco sublinhou que o desenvolvimento deve nascer das realidades locais, com forte participação dos cidadãos e governo capazes de definir planos claros.

“Não acredito em caridade internacional. Há sempre interesses em jogo.”


O antigo governante sublinhou ainda que mais de 60% dos fundos de cooperação regressam aos países de origem através de assistência técnica, compra de equipamentos e criação de unidades de projeto, muitas vezes devido à fraca capacidade nacional de gestão.



Já Toninho Aguiar destacou que o principal problema está na falta de estratégias comuns e de instituições fortes capazes de direcionar adequadamente os recursos da cooperação.


“O papel essencial é nosso. É endógeno Temos de melhorar a nossa capacidade de gestão para que a ajuda seja mais eficaz e eficiente.” Toninho Aguiar  Especialista em Desenvolvimento


O debate concluiu que a cooperação continuará a ser importante para São Tomé e Príncipe, mas só produzirá resultados concretos se o país fortalecer as suas instituições, valorizar os seus quadros e definir claramente os seus próprios objetivos de desenvolvimento.


Jornalista: Varela Tavares

Imagem: Siclay Abril 

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