São Tomé e Príncipe deu mais um passo decisivo rumo à modernização das cantinas escolares. Foi apresentado o estudo que avalia a substituição dos fogões a lenha por fogões a gás, uma mudança que promete melhorar a saúde das cantineiras, reduzir impactos ambientais e garantir refeições mais rápidas para milhares de crianças.

Técnicos, gestores escolares e as próprias cantineiras afirmam que os resultados do estudo são claros e defendem que a medida seja alargada a todo o país.

"A queima contínua da lenha contribui para a degradação ambiental e apresenta sérios riscos à saúde das cantineiras devido à inalação do fumo. Implementámos o projeto piloto fogão a gás em 17 escolas para avaliar o custo-benefício desta alternativa mais limpa, eficiente e segura."
Isabel Viegas D’Abreu Ministra da Educação, Cultura e Ciência
Durante o
estudo, as cantineiras receberam formação, e foram recolhidos dados sobre
consumo, impacto ambiental e condições de trabalho. Os resultados mostram menos
poluição, maior higiene e mais segurança.

"Constatámos que o gás tem mais vantagens, porque o fumo da lenha suja as infraestruturas e afeta a saúde das cantineiras. Embora seja mais caro na compra, as desvantagens da lenha superam as do fogão a gás. O Ministério da Educação tem acompanhado esse processo, mas precisamos de parceiros para garantir sustentabilidade. Não tem que ser apenas fogão a gás, mas um fogão sustentável e mais saudável. Neste momento temos 17 escolas com fogão a gás, 14 em São Tomé e 3 no Príncipe. E falamos de um total de mais de 200 escolas no país." Yudimila Vila Nova Técnica do PNASE

GESTORA ESCOLAR
"Esse estudo é bastante bom e poderá ter impactos positivos na saúde das cantineiras. Quanto mais rápido conseguirmos oferecer o prato quente, melhor para os alunos. Com a lenha é difícil, temos que arranjar quem rache lenha; o gás é mais rápido e mais higiênico. Se tivermos fogões mais industriais, acredito que poderemos implementar em todas as escolas. Sou filha de uma cantineira que sofre problemas de visão e pulmão devido ao fumo da lenha. Ver as cantineiras com fogão a gás é para mim motivo de alegria." Guilhermina Diretora do Ensino Básico da Ilha do Príncipe

"Gostei do fogão a gás porque não incomoda, não faz fumo e a comida faz rápido. Devia entrar em vigor em todas as escolas, há muitas cantineiras com problemas de visão. Agora consigo fazer comida rápido e estou a gostar do fogão a gás." Manuela dos Santos Cantineira

ENCERRAMENTO – REPRESENTANTE PRESENTE NO ESTUDO
"Gostaria de ver refletido neste estudo quais são os alicerces para a sustentabilidade ambiental e financeira. Houve um programa iniciado em 2018, interrompido pela Covid-19 e retomado em 2024, irá ter benefício para as cantineiras e, idealmente, a nível nacional. Estamos aqui para acompanhar os trabalhos."

O Ministério da Educação e os parceiros reforçam o compromisso de modernizar as cantinas escolares e garantir soluções sustentáveis para a alimentação de milhares de crianças.

O estudo segue agora para análise e recomendações, com o objetivo de expandir o uso de fogões mais seguros e ecológicos em todo o país.
Jornalista: Varela Tavares
Imagem: Eriquesson Tavares
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