A Associação Portugal para a África está em São Tomé e Príncipe pela primeira vez, numa missão de voluntariado que tem como principal objetivo aumentar o acesso aos cuidados de saúde nas comunidades, onde muitas pessoas têm dificuldade em chegar aos centros urbanos e aos serviços especializados.
A presidente
da associação explica que, ao contrário de outras missões médicas que atuam
sobretudo nos hospitais, esta equipa desloca-se diretamente às localidades,
oferecendo consultas, rastreios e alguns tratamentos imediatos.
“O nosso objetivo é aumentar o acesso
à saúde, principalmente nas comunidades. Sabemos que há muita gente que não
consegue chegar à cidade e aos cuidados especializados. Viemos para colmatar
essa dificuldade.” Diana

A equipa já
realizou missões semelhantes em Cabo Verde desde 2019, mas escolheu São Tomé e
Príncipe por considerar que o país enfrenta necessidades diferentes e mais
urgentes. Durante a missão, cada dia é dedicado a uma comunidade distinta.
As ações estão organizadas em cinco áreas principais:
- Doenças cardiovasculares
- Doenças infecciosas
- Saúde da mulher
- Saúde infantil
- Saúde oral
São
realizadas consultas de hipertensão, diabetes, rastreios de HIV, sífilis e
hepatite B, e ainda exames de HPV e citologias. Em caso de diagnóstico, parte
dos tratamentos é iniciada no local e os restantes são encaminhados para os
serviços de saúde nacionais.
“Não estamos apenas a identificar problemas. Estamos também a tratar. Trouxemos medicação para diabetes, hipertensão, doenças agudas e fazemos curativos ou outros cuidados quando necessários.” Diana
A
responsável confirma que todo o trabalho está a ser feito em parceria com o
Ministério da Saúde, centros de saúde distritais e profissionais locais.
A afluência tem sido elevada. Na comunidade de Pantufo, a associação conseguiu atender praticamente todas as pessoas presentes embora, para já, o número de atendimentos seja de centenas, a equipa acredita que chegará aos milhares nos próximos dias, quanto às dificuldades, a presidente admite que são as habituais em missões deste género: falta de instalações adequadas e improviso no terreno. Ainda assim, considera que a equipa está preparada para lidar com estas limitações.
“Trouxemos material suficiente para
dar a melhor resposta possível. Claro que temos limites, mas estamos preparados
para o improviso. O importante é que as pessoas nos procurem, porque é para
isso que estamos aqui.”
Entre os
muitos beneficiários, encontramos a dona Lourdes, moradora de Agostinho
Neto há mais de 30 anos. Sem emprego e com dificuldades financeiras, conta que
a missão representa uma oportunidade que não teria de outra forma.
“Eu já tinha um problema antigo e precisava de consulta. Hoje consegui ser atendida, recebi medicamentos e até encaminhamento para outros exames. Se fosse para comprar remédios, eu não teria como. Esta ajuda é muito boa para nós.” LOURDES Moradora

A missão
médica da Associação Portugal para a África continuará a percorrer várias
comunidades de São Tomé e Príncipe nos próximos dias, levando cuidados
essenciais a quem mais precisa e reforçando a resposta de saúde no país.