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Controladores de tráfego aéreo detidos durante a greve na ENASA já estão em casa desde sexta-feira, mas regressam hoje ao Tribunal para continuação do processo

A greve dos controladores de tráfego aéreo da ENASA terminou em tensão no Aeroporto Internacional de São Tomé, com a detenção do líder sindical e de mais seis profissionais.


"A greve respeitou todos os parâmetros legais. Cumprimos o pré-aviso, garantimos os serviços mínimos e só iniciámos a paralisação às sete horas da manhã. Mesmo assim, quando cheguei, ainda antes da greve começar, a polícia já estava no local. Alguns colegas foram impedidos de entrar. Houve uso de força para retirar colegas da escada de acesso. Um deles pediu para não ser aleijado, disse que estava no seu local de trabalho. Mesmo assim, foi detido. Não houve qualquer tentativa de sabotagem de equipamentos, como está a ser dito." Cláudia Rocha Responsável dos Controladores de Trafego Aéreo STP 




A sindicalista nega todas as acusações de resistência e vandalismo e afirma que as informações divulgadas são falsas.



"Ninguém sabotou nada. Nós apenas queríamos cumprir os serviços mínimos acordados com o ministro. Os colegas foram detidos injustamente, incluindo o presidente do sindicato, que estava algemado e dizia que não se sentia bem." Cláudia Rocha




A greve tem como ponto central a reivindicação do subsídio de licença aeronáutica, que segundo os trabalhadores é direito da categoria e existe em vários países.




Além disso, reclamam melhorias nas condições de trabalho, incluindo a degradação da pista e a falta de formação para o novo sistema de navegação aérea PBN, cuja implementação está prevista para este mês.


"Nenhum controlador está capacitado para trabalhar com o novo sistema PBN. Estamos a falar de vidas humanas. Os pilotos estão a reportar pontos do novo sistema e nós não temos formação. Já alertamos e ninguém quis assumir responsabilidade por escrito." Cláudia Rocha


A direção da ENASA defende que o subsídio pedido não tem base legal e que a empresa não tem sustentabilidade financeira para implementá-lo.


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Já os controladores questionam por que, apesar disso, outros 200 funcionários receberam um subsídio de “especialização”, no valor de 7.500 dobras.


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Os controladores alertam que operar com apenas dois ou três profissionais, como tem acontecido desde o início da greve, coloca em risco a segurança aérea devido à fadiga e à falta de pessoal.


"Somos apenas 22 controladores no país. A empresa diz que não pode pagar subsídio de 5 mil dobras para nós, mas pagou 7.500 para mais de 200 trabalhadores. Onde foi buscar esse dinheiro?" Cláudia Rocha




Depois das detenções desta sexta-feira, o líder sindical e os restantes seis controladores foram libertados ao final da tarde, mas deverão apresentar-se novamente no Tribunal da Primeira Instância na segunda-feira para continuidade dos processo.


Jornalista: Varela Tavares

Imagem: Ednel Abreu | Siclay Abril

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