O presidente do Movimento Democrático Força da Mudança (MDFM), Moisés Viegas, concedeu esta semana uma conferência de imprensa em São Tomé e Príncipe, onde abordou os principais problemas que afetam a vida dos cidadãos.
Energia elétrica, água potável, educação e corrupção estiveram no centro do discurso, marcado por fortes críticas ao Governo e apelos à responsabilidade política.

Logo no início, Viegas agradeceu à presença dos jornalistas e sublinhou que a voz do povo é a prioridade do partido:
“O MDFM é um partido político preocupado com São Tomé e Príncipe e, acima de tudo, preocupado com os santomenses. O grito de um santomense é a preocupação do MDFM.”
O presidente do partido considerou inaceitável que, passados 50 anos da independência, o país continue a debater problemas básicos como a energia elétrica.
“Não é concebível, não é aceitável, e o MDFM não aceita. Eu não aceito enquanto presidente do MDFM, e penso que qualquer santomense de bem não devia aceitar. Nós estamos cansados de ideias, nós queremos soluções.”
Moisés Viegas criticou ainda os contratos anteriores relacionados à energia, que classificou como manchados de corrupção e contrários ao interesse nacional. Sobre o recente anúncio do Governo em relação a novos geradores, afirmou:
“Não é possível termos energia um dia sim e dois dias não, e ainda assim as faturas continuarem a subir. Isso, para nós, é um governo a roubar um povo.”
Outro ponto central foi a crise no abastecimento de água. Para o presidente do MDFM, não há justificação para que um país com tantos recursos hídricos enfrente tal problema:
“Depois de 50 anos de independência, nós ainda temos problemas de água potável. Isso só acontece porque tivemos 50 anos de corrupção, de roubalheira e de abuso de poder. Ninguém pensou no povo.”
Moisés Viegas também se referiu às dificuldades enfrentadas por muitas famílias no acesso ao transporte escolar:
“Os pais pagam uma taxa pelo passe escolar para garantir transporte aos filhos, mas muitas vezes veem esse serviço negado. As crianças ficam à deriva, e isso é inaceitável. Se as crianças são o futuro de São Tomé e Príncipe, temos que priorizá-las.”
O líder do MDFM concluiu o seu discurso com uma mensagem de mobilização e esperança, apelando à responsabilidade dos governantes e também do povo:
“Vivemos num país onde ninguém é responsabilizado por nada, e só existe um povo que sofre e paga a fatura. Mas esta é a hora de agir. Temos que ter coragem de dizer não, de combater a corrupção e de renovar a esperança dos santomenses. Queremos um São Tomé e Príncipe onde cada cidadão possa sonhar, criar riqueza e viver com dignidade.”

Jornalista: Ednel Abreu
Imergem: Siclay Abril