O Primeiro-Ministro e Presidente do Governo da República Democrática de São Tomé e Príncipe, Américo de Oliveira dos Ramos, discursou na 80ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, sublinhando os avanços democráticos do país, os desafios globais e a necessidade de maior solidariedade internacional.

Durante a sua intervenção, o Chefe do Governo destacou
que, apesar de ser um pequeno Estado insular com recursos limitados, São Tomé e
Príncipe consolidou a democracia, promoveu a paz e defendeu os direitos
humanos, tornando-se uma referência de estabilidade na região do Golfo da
Guiné.
O Primeiro-Ministro assinalou ainda a recente graduação
do arquipélago à categoria de País de Desenvolvimento Médio, em dezembro de
2024, ressaltando indicadores positivos como o aumento do rendimento nacional
bruto per capita e a evolução do Índice de Desenvolvimento Humano. Contudo,
alertou para os novos desafios que tal estatuto acarreta, pedindo apoio
internacional para assegurar uma transição gradual e sustentável.

Américo de Oliveira dos Ramos reforçou o compromisso do país com a Agenda 2030
e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sublinhando avanços nas
áreas da saúde, educação e conservação marinha. Destacou o reconhecimento da
Ilha do Príncipe como Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO e a expectativa
de São Tomé também alcançar o mesmo estatuto, o que transformaria o arquipélago
no primeiro país do mundo com todo o território classificado como Reserva da
Biosfera.

Além disso, anunciou a instalação em São Tomé e Príncipe da sede regional da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) dedicada à economia azul, reforçando o papel do país na preservação dos ecossistemas marinhos e na promoção de um modelo de desenvolvimento sustentável.
Ainda no seu discurso, o Primeiro-Ministro lembrou que São Tomé e Príncipe, apesar de quase não contribuir para as emissões globais de gases de efeito estufa, é severamente afetado pelas mudanças climáticas. Apelou à criação de mecanismos financeiros mais acessíveis, previsíveis e justos para apoiar pequenos Estados insulares, defendendo critérios que considerem vulnerabilidades ambientais e estruturais.
O governante reafirmou o compromisso do arquipélago com a paz, a democracia e o
respeito pelo direito internacional, condenando todas as formas de violência e
apelando à resolução pacífica de conflitos, com destaque para o
israelo-palestiniano.
Américo Ramos aproveitou ainda a ocasião
para felicitar a ONU pelos seus 80 anos de existência, reforçando o papel
central da organização como símbolo de esperança e multilateralismo.
“Como uma pequena ilha, temos uma voz modesta, mas carregamos uma mensagem de grande significado para o mundo. Acreditamos que, unidos, podemos construir um futuro mais justo, sustentável e harmonioso”, concluiu o Primeiro-Ministro.