O som do jazz tomou conta da cidade de São Tomé durante a quarta edição do Cacau Jazz Festival. O evento reuniu músicos locais e internacionais, num grande intercâmbio cultural que celebra a música dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa os PALOP.

Entre os destaques deste ano, está a cantora Lúcia de Carvalho, artista angolana, que trouxe ao público são-tomense uma fusão de sons africanos, brasileiros e europeus.
“A ideia de vir para São Tomé veio com os 50 anos da
independência dos PALOP.
Estou a fazer uma turnê por vários países para celebrar essa data.
Para o público de São Tomé, eu trago a energia da mistura da minha música, com
influências angolanas, brasileiras, francesas e africanas em geral.” Lúcia de Carvalho Cantora Angola

Pela primeira vez em São Tomé, Lúcia se emocionou e destacou a interação com músicos locais.
“Eu toco com dois músicos meus e dois são-tomenses: o
Mário na bateria e o senhor Leite na percussão. Aprendemos até uma canção daqui,
da libertação.
Também fizemos uma masterclass com jovens do Arizona e mostramos um
documentário na Roça Água Izé.”
O Cacau Jazz Festival tem se afirmado como um dos principais eventos
culturais do país.
Mais do que um festival de música, é um espaço de troca, aprendizagem e
valorização das raízes culturais de São Tomé e Príncipe.
“O objetivo é mostrar que o jazz está presente na música
são-tomense, mesmo quando não o chamamos de jazz. Trazemos músicos de várias partes do mundo — Portugal, França, Camarões,
Angola, Cabo Verde — para criar esse intercâmbio. Queremos que São Tomé seja um centro de arte e cultura para o mundo_ a ideia é criar condições para que grupos de teatro, dança e música possam trabalhar aqui, e fazer da CACAU uma verdadeira escola de jazz e arte.”

A Roça Mundo e o Espaço CACAU têm sido fundamentais na realização
do evento, com apoio da Cooperação Portuguesa e do Instituto Camões, que
investem em estrutura técnica e som.

“É a primeira vez que participamos.
Esse contato com músicos de fora é importante.
Traz novas influências, mas sem fugir da nossa cultura.
O jazz motiva, inspira e nos faz querer aprender mais.” Silvestre Leite Músico
“Achei muito importante investir em atividades assim.
Tivemos muito talento são-tomense, muita motivação e um ambiente muito bonito.
Foi uma noite incrível.” disse

Entre aplausos e boa música, o Cacau Jazz Festival reforça a importância da arte como ponte entre culturas e gerações e marca o início de uma nova fase na promoção da música em São Tomé e Príncipe.
Texto: Varela Tavares
Imagem: Cortesia TVS
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